22 de jul. de 2014

Revolução na Fronteira: o polêmico casamento gay em um CTG de Livramento

Fato surgiu após proposta de magistrada, encampada por patrão, de unir casais do mesmo sexo em cerimônia coletiva nos festejos farroupilha

Revolução na Fronteira: o polêmico casamento gay em um CTG de Livramento Júlio Cordeiro/Agencia RBS
Cidade debate a possibilidade de matrimônio homossexual em cerimônia coletiva Foto: Júlio Cordeiro / Agencia RBS
Um dos bastiões do tradicionalismo, capaz de mobilizar o recorde de 6 mil cavaleiros no desfile da Semana Farroupilha, Santana do Livramento está em rebuliço com a sugestão de que casamentos gays tenham por palco um Centro de Tradições Gaúchas (CTG). Para os que aprovam a ideia, seria uma demonstração de respeito à igualdade – um dos lemas da bandeira do Estado. Já os contrários se rebelam, afirmando que tentam profanar um reduto da virilidade rio-grandense.

Quem propôs celebrar a união entre pessoas no mesmo sexo num CTG foi ninguém menos que a diretora do Foro de Livramento, juíza Carine Labres. Há sete meses no município, a magistrada foi além: entende que a melhor data para o casamento é 13 de setembro, justo quando se iniciam os festejos da Semana Farroupilha e as homenagens a figuras como o general Bento Gonçalves da Silva, o símbolo maior da valentia gaúcha.

Ao ser acolhido pelo patrão do CTG Sentinela do Planalto, o advogado e vereador Gilbert Gisler, o Xepa, o plano da juíza Carine instalou a polêmica na cidade. E reações indignadas. O presidente da Associação Tradicionalista de Livramento, Rui Ferreira Rodrigues, ressalva que não é contra o enlace entre gays, mas desde que ocorra em local apropriado.

– Que se casem onde quiserem, cada um vive do jeito que quer, mas um CTG não é o lugar para isso – destaca.

Na terça-feira da semana passada, Rodrigues convocou os representantes das 40 entidades tradicionalistas de Livramento para uma reunião de urgência. Compareceram os líderes de 38 delas, todos repudiando o casamento gay em CTG. Também deliberaram que o CTG Sentinela do Planalto é ilegítimo, por ter sido desligado do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) devido à falta de pagamento das anuidades.

– Essa casa (CTG Sentinela do Planalto) não representa o seleto grupo do tradicionalismo – diz Rodrigues, em tom severo.
clicRBS

Nenhum comentário:

Postar um comentário